Clima agradável é o que mais retém talentos, dizem empresas brasileiras
Desenvolvimento constante e plano de carreira vêm em seguida.
Empresas diversificam
benefícios para reter funcionários, diz pesquisa
Bônus em dinheiro
pode prejudicar moral e produtividade, diz pesquisa
Uma
pesquisa feita com 230 empresas brasileiras pela Curriculum, empresa de
serviços de recrutamento e seleção online, mostra o que elas têm feito para
reter seus talentos. Os resultados mostraram que a maior preocupação tem sido
oferecer um clima agradável no ambiente de trabalho, segundo 42% das empresas
entrevistadas. Participação nos lucros (29%), benefícios especiais (28%) (academia, berçário/creche, curso de idiomas, restaurante na empresa, etc),
possibilidade de desenvolvimento constante (26%), flexibilidade no horário de
trabalho (25%) e bônus (24%) são outros fatores que elas acreditam que fazem a
diferença para um colaborador permanecer onde está.
Possibilidade
de transferência para outro país (2%), viagens internacionais (2,5%), 14º salário
(4,5%) e carro (6%) foram as opções menos votadas e, consequentemente, as menos
praticadas pelas empresas.
Quando
questionadas sobre quais medidas são mais efetivas, independentemente de
estarem adotando ou não, 69% também responderam o clima agradável no ambiente
corporativo. A opção é seguida pela possibilidade de desenvolvimento constante
e plano de carreira estruturado, que empataram em 62%, remuneração acima da
média do mercado (60%), participação nos lucros (56%), benefícios especiais
(48%), flexibilidade no horário de trabalho (43,5%) e oportunidade de oferecer
pós-graduação ou outros cursos de especialização (39%).
Já a
possibilidade de transferência para outro país, junto com carro cedido pela
empresa (5,7% ambos) e viagens internacionais (10%), foram as alternativas
menos votadas.
Mas,
para a maioria, as atitudes tomadas não têm dado certo. Segundo 51% dos
entrevistados, os benefícios oferecidos pelas organizações não têm realmente
retido os talentos. Mas o número expressivo de 49% acredita que sim.
“Percebe-se que há ainda certa distância entre compreender o que os
funcionários desejam e o que as empresas estão oferecendo. Observar isso e
entender as reais necessidades do profissional evita prejuízos no futuro”, diz
Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum.
O
executivo afirma também que, em muitos casos, a empresa até sabe o que motiva
os colaboradores, mas não pode atendê-los na plenitude.
Entre
as empresas que oferecem os benefícios especiais, a pesquisa mostra quais
são: restaurante na empresa e plano de
saúde avançado lideram com 51%, estacionamento tem 44%, e auxílio no pagamento
de pós-graduação, MBA, cursos de especialização vêm em seguida, com 38%.
Em relação as expectativas dos mais jovens, a realidade é um pouco diferente. Este grupo valoriza alguns pontos não citados anteriormente. Mas no cômputo geral, parece que o que pesa mais na avaliação dos jovens são basicamente as mesmas coisas. Isso fica evidenciado quando vemos o resultado da 12ª Edição da Pesquisa Empresa dos Sonhos
dos Jovens, realizada de março a abril de 2013 pela Cia de Talentos
em parceria com a Nextview People, onde a Petrobras foi reeleita a Empresa dos Sonhos dos Jovens
Brasileiros em 2013.
Os jovens vêm desconstruindo modelos antigos, questionando o status quo, criando uma nova relação com a hierarquia e buscando maior coerência entre propósito de vida e carreira. A cada dia que passa, os jovens estão mais colaborativos, mais conectados, mais exigentes e mais interessados em construir um mundo melhor.
Todos estes questionamentos podem ser percebidos nos motivos pelos quais eles escolhem esta ou aquela empresa. Pela primeira vez, os jovens apontaram a possibilidade de inovar (23%) como um dos motivos de escolha de sua Empresa dos Sonhos. "O jovem carrega o desejo de surpreender, ousar, sair do lugar comum e deixar sua marca. No mundo atual, inovar é se diferenciar diante de tantos outros profissionais, serviços ou empresas", explica Danilca Galdini, sócia da Nextview People.
Vale dizer também que nem tudo é tão novo nessa edição. Aprendizado e desenvolvimento profissional (46%), boa imagem no mercado (32%) e fazer o que se gosta (27%) são argumentos que já estão há alguns anos incorporados no discurso dessa geração. Salários e benefícios diferenciados (24%) voltaram a figurar os motivos de escolha no ano passado e por lá permaneceram este ano.
Um ponto que chama a atenção e provoca algumas reflexões é o fato de que entre os jovens respondentes apenas 60% disseram ter uma Empresa dos Sonhos, sendo que, em 2012, 77% sonhavam com alguma. "É interessante observar que os motivos de escolha dos que têm uma Empresa dos Sonhos e dos que não têm são semelhantes. Isto significa que as organizações precisam se preocupar com o ambiente e com os desafios que estão oferecendo para esse jovem. As questões que ficam são: por que eles estão mais céticos em relação as empresas? Podemos supor por que eles estão menos atraídos pelo mundo corporativo?", indaga Maíra Habimorad, sócia e vice-presidente da Cia de Talentos.
Para formar sua própria opinião sobre as organizações, o jovem faz sua lição de casa e usa o poder de suas conexões. Dentre os respondentes brasileiros, 31% disseram que se relacionam ou já se relacionaram com a empresa ou com alguém que trabalhou nela; 17% viram informações na mídia, 10% souberam de algo por meio de redes sociais ou acessaram o site da empresa.
Fontes: G1, São Paulo e Cia. de Talentos.
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