Vejam alguns deslizes das mulheres quando alcançam o topo na liderança
Se você pensava que a jornada
até o topo era dura, nada se compara à dificuldade de permanecer lá. Eu vejo
muitas mulheres competentes alcançar o topo, apenas para falhar e vir
despencando abaixo. O que elas fazem de errado? Quando são chefes no clube dos
meninos ou em um clube de homens esclarecidos, não podem esquecer que eles
continuam sendo homens. Quando homens permitem que uma mulher os lidere, há
restrições envolvidas. Elas não são um deles, e os homens ficam cautelosos com
mulheres – pelo menos por um tempo. É como se esperassem que a mulher cometesse
um deslize para dizer: “Aha! Eu sabia que ela ia falhar!”
Cinco erros clássicos que as
mulheres cometem - Elas falham quando cometem um ou mais dos cinco erros
clássicos:
Ficam embriagadas pelo poder.
Quando alcançam o topo, parece que elas esquecem todas as habilidades
de negociar que as levou até lá. A democrática paciência “feminina” é
substituída pelo mais eficiente despotismo “masculino”. Parece muito mais fácil
apenas dizer às pessoas o que têm de fazer do que manter a negociação para uma
colaboração pacífica. Ninguém espera que um homem seja protetor, então ele não
é punido quando falha em acolher. Espera-se que as mulheres sejam cuidadosas e
colaborem quando chegam ao topo; e quando falham quanto à isso, é como se
tivessem traído uma confiança. Aí perdem seus seguidores.
Eu já vi acontecer. Já promovi mulheres por sua capacidade de
liderança só para vê-las tornarem-se pessoas diferentes ao assumir o comando.
Lealdade torna-se mandatório para elas – não algo que têm de tentar conquistar.
Grandes líderes sabem disso para liderar, eles devem ter seguidores ávidos e
com vontade. Isso é crucial, especialmente para mulheres. Mas não se pode achar
que isso é um direito ou uma coisa certa, mesmo que venha com a sala do canto.
Param de ler o ambiente.
Já vi isso acontecer repetidas vezes. Há uma arrogância que surge em
ser o cão que comanda. De repente todo mundo está tentando ler você, tentando
prever as suas intenções, puxando o seu saco. Este poder imediato dá a você um
falso senso de segurança, e você baixa a guarda. Mas só porque você possui um
papel de liderança não significa que você seja invencível. As pessoas que
seguem você podem (e vão) agarrar você se não fizer o trabalho que elas esperam
que você faça. Nunca pare de interpretar o ambiente e de fazer a distinção
entre as pessoas que observam você para proteger e as que fazem com a intençao
de atingir você.
Se você foi trazida de fora, sua habilidade em entender a nova cultura
é a primeira lição de sobrevivência. Se você atuar de forma dominadora com os
homens que deve liderar, eles sempre vão encontrar formas de desacreditar você,
às vezes com insinuações. É a arma do covarde, porque você nunca pode prever.
Se você é muito dura e não os faz ricos, o mais rápido possível, eles
encontrarão uma forma de remover você. Você sabe que é assim. Sai todos os dias
na imprensa.
Tornam-se verdadeiras FdP.
Não estou falando de ser dura ou firme. Estou falando de ser uma
verdadeira FdP mesmo. Às vezes esta é uma característica escondida e não
aparece até que a mulher ocupe uma posição de liderança, mas esse tipo de
mulher é fácil de detectar. Elas tratam seus subordinados mal e os mantém fora
das principais ações, longe do grupo de influência. Em vez de delegar
responsabilidade, elas fazem microgestão e não permitem que as pessoas que
trabalham para elas façam seu trabalho. Um exemplo clássico deste comportamento esta no filme O Diabo Veste Prada, onde Miranda Priestly (Meryl Streep) leva todos que
trabalham com ela à loucura e a odiá-la com todas as forças.
Assumem o controle, mas não
fazem chover.
Ser um CEO tornou-se uma ocupação perigosa. Dizem que, no topo, homens
e mulheres são mantidos pelos mesmos critérios: Faça dinheiro ou caia fora.
Roube dinheiro e vá preso. Vi um blog na internet com a seguinte declaração:
“Como cinco mulheres CEOs destruíram a confiança na economia dos EUA.” Não há
uma lista de cinco homens que estragaram tudo. Há dois pesos e duas medidas, e
ninguém discute com o homem todo-poderoso.
Esquecem que têm de ser
melhores que os homens.
Quando as mulheres chegam ao topo, se esquecem disso. Enquanto homens
e mulheres forem diferentes e lutarem uns com os outros por altas posições,
sempre haverá um duplo critério. Tudo o que os homens e as mulheres fizerem
será julgado de forma diferente. Você pode se ressentir disso, lamentar a
respeito, mas isso nunca vai mudar. As mulheres devem sempre ser mais
inteligentes no trabalho, pensar melhor, gerenciar com mais humanidade e ser
mais pacientes que os homens. Muitos dos nossos atributos femininos são
exclusivamente nossos. Ou os homens não podem ser como as mulheres (não têm a
mesma intuição, por exemplo) ou não querem ser como elas (lembre-se, a empatia
não é seu forte — eles dão menos atenção aos sentimentos alheios). Ao manter
suas qualidades femininas, as mulheres podem governar um lugar mais feliz do que
qualquer homem. Não importa quem sejam, as mulheres devem lutar com equilíbrio.
Em um discurso, Jim Patterson disse: “Pense a vida como se fosse um
jogo de malabarismo com cinco bolas: Trabalho, Família, Saúde, Amigos e
Integridade. Você tenta manter todas as bolas no ar. Um dia você nota que
Trabalho é uma bola de borracha. Você a deixa cair e ela quica de volta. As
outras quatro bolas são feitas de vidro — deixe uma cair e ela ficará
irrevogavelmente marcada, arranhada, trincada ou estilhaçada. Quando você
enxerga isso, você se empenha pelo equilíbrio em sua vida.” O maior perigo para
mulheres que batalham pelo sucesso nos negócios é misturar as bolas.
* Nina DiSesa é Chairman da McCann Erickson de Nova York e autora do livro Seducing the Boy’s Club.